Vigilância Sanitária prepara cartilha de conscientização contra comércio de ‘chumbinho'

Saúde
29/04/2009 09h03

De acordo com dados da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mais de 80% das tentativas de suicídio em Aracaju são causadas pela ingestão de ‘chumbinho'. Encontrado principalmente na forma de grãos cinza-chumbo, o veneno é considerado ilegal, devido às formas clandestinas de produção e comercialização do produto.

Como auxílio às políticas públicas de combate ao ‘chumbinho', a Vigilância Sanitária preparou uma cartilha educativa, com informações sobre os riscos que envolvem o manuseio do produto. De acordo com o coordenador da Vigilância Sanitária, Francisco Anderson da Nóbrega, a cartilha deverá ser distribuída em breve, em pontos estratégicos da cidade.

"O folder que preparamos será distribuído nos principais pontos de comercialização do popular ‘chumbinho', como as feiras livres e os mercados centrais da cidade. Nele, a população vai encontrar informações sobre os perigos de se adquirir o veneno", explica Francisco Nóbrega.

O coordenador da Vigilância Sanitária enfatiza que o papel de fiscalização não compete ao órgão da Secretaria de Saúde. "Muitos pensam que nós temos a obrigação de fiscalizar a comercialização do ‘chumbinho'. Mas não é bem assim, nós temos o papel de conscientizar a população. Quem fiscaliza e pune são os órgãos de segurança pública. Nós podemos até acompanhar alguma atividade de fiscalização, mas só atuamos de forma educativa", afirma.   

Crianças

Pesquisas indicam que um único grama do veneno pode matar uma pessoa de até 60 quilos. Por isso as pessoas mais afetadas pelos riscos que envolvem o manuseio do veneno ilegal são as crianças. "Geralmente, elas ingerem o falso raticida quando o veneno é colocado em pedaços de comida, espalhados pelos cantos da casa. Além disso, o produto tem formato semelhante a uma bala, o que pode ser bastante atrativo", divulga Francisco Anderson.  

Em caso de intoxicação, o ideal é que as pessoas liguem para o Disque-Intoxicação, através do número 0800-722-6001. A ligação é gratuita em todo o território nacional e o cidadão é orientado por um profissional de saúde especializado.